quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Dez Brasucas


A minha praia sempre foi o Rock N´Roll, que foi na maioria das vezes minha fonte principal de influência de minhas composições. No quesito, meus preferidos estão os estrangeiros, mas não tem como não falar do rock brasileiro. Muitos podem até não ter o mesmo nível, mas tem suas particularidades, seu jeito original de ser e fazer. E se for falar do restante da música brasileira então, esta sim está no topo do mundo.

Resolvi selecionar os dez discos que mais me influenciaram como músico. No caso onde exponho minha arte no Tatubala.

Afrociberdelia – Chico Science e Nação Zumbi (1996)


Uma pena eu ter começado a gostar pouco antes do Chico morrer, não tive a felicidade de assisti-lo ao vivo, apenas diversas vezes depois sem ele. A Nação é uma banda top de linha com estrutura e capacidade internacional, mas a liderança, letras e jeito de cantar do Chico Science interpretar eu sinto muita falta. A música brasileira poderia tomar um outro rumo com sua influência como pessoa. Os discos Da Lama Ao Caos e Afrociberdelia são bons demais. Ouvi muito! 

Uma época boa paralela com Usuário do Planet Hemp, Lavô Tá Novo dos Raimundos e Rappa Mundi.

África Brasil – Jorge Ben (1976)













Jorge Ben pode ser considerado o Chuck Berry brasileiro, é a semente de muita coisa. O samba-rock suingado está presente em quase tudo recente no Brasil. Neste disco só musicão, com exceção é claro, que pra quem me conhece, a que eu não preciso falar. (risos).

Os Afrosambas – Baden Powell e Vinícius de Morais (1966)













Se há um disco no mundo com tanta riqueza e qualidade musical, este é Os Afrosambas de Baden Powell e Vinícius de Moraes. Tanto a versão antiga e também a de 199o só com o Baden e novos arranjos. Em minha época de Villa-Lobos andei passeando pela praia da MPB e Bossa-Nova. E dessa galera resolvi escolher esse, como poderia ter posto o perfeito Elis & Tom, além de muitos outros.

Detalhe, que até agora os três discos acima remetem a palavra: África e são de anos terminados em 6.

Arise – Sepultura (1991)













Não tinha como não por o meu primeiro vinil que comprei numa loja, ainda então um menino de onze anos. Onde você for lá fora, muita gente conhece e gosta de Sepultura. Super enérgico e profissional! Um aperfeiçoamento do metal brasileiro que anteriormente teve também grande destaque com o Antes e Depois do Fim da banda Dorsal Atlântica.

Obs: Posso já ter dançado forró, ido em boite e até baile fanque, mas sempre fui metaleiro.


Pela Paz Em Todo Mundo - Cólera (1986)













Outro vinil da infância. Com letras simples, diretas e humanas, este é o Never Mind The Bollock´s brasileiro. O melhor do punk nacional. Gosto muito também do Cruxificados Pelo Sistema, primeirão do Ratos de Porão.

O líder Redson faleceu ano passado.

Cabeça Dinossauro – Titãs (1986)













Quem viveu, pelo menos parte do fim dos anos oitenta, com certeza curtiu “AA UU”, ‘Polícia”, “Bichos Escrotos” e “Homem Primata”. Clássicos até hoje reunidos num só disco. Comprei por agora a reedição de 30 anos da banda, que vem com as demos das músicas.

Snegs – Som Nosso de Cada Dia (1974)













Conheci há pouco tempo. Esse consegui considerar o melhor disco brasileiro de rock psicodélico/progressivo de todos os tempos. Quem não conhece, vale a pena procurar ouvir. Amo todos dos Mutantes, gosto de Secos & Molhados, Módulo 1000, O Terço, Casa das Máquinas, Bacamarte e cia, mas essa é uma obra-prima das muitas perdidas nos anos 70.

Colocaria o A & o Z. Mas todo mundo conhece. Então foi o Snegs pra representar a rapeize psicodélica!

Que País É Este – Legião Urbana (1987)













Música título que me ajudou a arrumar um trocadinho como professor de guitarra e violão. Já iniciei muitos alunos e amigos no instrumento com os três acordes: Mi menor, dó e ré. É claro, o solinho inicial! Inclusive comigo, serviu de maneira mais fácil pra aprender a tocar. Obrigado Renato!

A "Faroeste Caboclo" vale o disco. Pra falar a verdade nunca fui apaixonado pelo rock oitenta daqui do Brasil. Mas respeito e gosto bem de Barão, Titãs, Blitz, etc.

Eu Nasci Há 10 Mil Anos Atrás – Raul Seixas (1976)













Meu irmão mais velho Iuri era louco por ele. Cantava até parecido! Tinha todos os vinis e escutava 24 horas por dia. Não tinha como não gostar! Raulzito, gênio da música brasileira, fico com a música titulo que eu viajava ouvindo quando garoto.

Clara Crocodilo – Arrigo Barnabé (1980)













Em muitos lugares onde toquei vieram pessoas me falar que o som que eu fazia lembrava muito Arrigo Barnabé. Há três anos atrás nunca tinha ouvido falar. Procurei os discos Tubarões Voadores e Clara Crocodilo e não deu outra.. adorei!!

Logo depois ainda tive sorte de ver o show dele com banda e tudo, além da excelente cantora Livia Netrovski. Consegui até falar com o Arrigo após o fim e entregá-lo o meu disco Vírus Rádio Ativo. Uma honra!

Bem, dez discos é muito pouco, fora as bandas independentes, que são milhões. É claro que dezenas de outros poderiam estar aqui: Tom Jobim, Elis, Rita Lee, Toquinho, O Rappa, Lobão, Raimundos, Ney Matogrosso, Luís Gonzaga, Gilberto Gil, Caetano, Chico Buarque, Planet Hemp, Carlos Malta, Garotos Podres, Dorsal Atlântica, Pato Fu, Cartola, Tim Maia, Paralamas, Pitty, Pixinguinha, Balão Mágico, Mallu Magalhães, A Bolha, Vímana, Ultrage A Rigor, Los Hermanos, Noel Rosa, Veludo, Tony Tornado, Bezerra da Silva, Cazuza, Celso Blues Boy, e todos estes que cantaram um dia e tem um lugar na minha alma.

A Gota D Água


Colégio Vasco da Gama nos seus 4 anos
Foto: Paulo Fernandes
Uma historinha dos meus tempos de Vasco. Era início de 2008, os alunos do Colégio Vasco da Gama mostravam seus trabalhos estudantis para o então presidente do clube. Como eu fazia a cobertura fotográfica para o site oficial fui o acompanhando pelas salas. Nisso num dos corredores eu esbarrei sem querer num bebedouro e começou a jorrar água sem parar para todo lado. Quando menos esperei, em menos de dez minutos, já tinha sido tudo consertado. 

Quatro anos se passaram e hoje vemos as dependências de São Januário sem água devido ao não comprometimento de pagamentos recentes das contas da Cedae. Estes tipos de coisas, que não são mostradas em período de eleição, como a água do parque aquático ficar verde, parte do teto do restaurante da Sede do Calabouço cair, do reboco da arquibancada desmoronar já é rotineira nesta atual administração. Porém isso tudo não é o ponto onde quero falar, e sim na irresponsabilidade de montar um time a qualquer maneira esquecendo do restante da instituição. É como um "castelo de areia".

O Vasco formou em 2011 um bom time pra ser campeão brasileiro e da Libertadores. Gastou tudo com todos os recursos que tinha, sem planejamento e sem preocupação com qualquer conseqüência que poderia vir depois. Apostou tudo nestas conquistas, deixando de pagar contas, acordos, impostos, sedes e deixando até de lado esportes tradicionais como o remo e o basquete.

Penta-campeão mundial Edílson fazendo fisioterapia no Vasco-Barra em 2006
Foto: Paulo Fernandes

Os títulos não vieram, o dinheiro acabou, e hoje o que temos? Jogadores e membros da diretoria saindo do Vasco de pouco em pouco. O clube antes podia até não montar grandes times, mas tinha tudo lá firme e com os pés no chão funcionando. Atualmente o time treina no campo do Zico, e o que vemos é uma vergonha atrás da outra nunca antes vistas em 114 anos.