"Vejo uma Terceira Guerra Mundial pela frente". A frase postada pelo meu amigo Leonado Rodrigues do Vale em seu facebook nesta semana pode ser um exagero, ou talvez nem tanto pelas proporções que conflitos civis estão tomando pelo mundo. Nisso ele se diz em respeito pelas manifestações na Venezuela e na Ucrânia. O incrível que, ainda hoje em dia, por trás delas existe o dedo americano. Assim como a maioria das principais guerras dos últimos cem anos da humanidade. Independente de ser a favor ou contra o governo de Maduro, é a própria Venezuela e seu povo quem deve tomar o rumo de seus destinos. Por quê os Estados Unidos tem sempre que se meter em políticas internas de outros países?
B-52 americano bombardeando o Afeganistão. Foto: Reuters
Não tenho nada contra ao povo americano, eles que se entendam republicanos ou democratas. Eu fui inclusive um colonizado culturalmente. Ouço rock, blues e jazz, como no McDonalds, assisto filmes de Hollywood, apesar de hoje em dia menos, já curti a Disney, porém a política externa dos Estados Unidos me entristece. Mas não só à mim como aos próprios estado-unidenses, e não é de hoje. No fim nos anos 60, Jim Morinson e os The Doors já haviam composto a música "The Unknow Soldier" em protesto à Guerra do Vietnã, e Jimi Hendrix chegou a colocar uma bandeira do pequeno país asiático junto à americana pedindo paz. Já bastam os bombardeios no mundo árabe e a morte de milhares de pessoas inocentes em busca obsessiva pelo petróleo. E a incansável indústria bélica evolui a todo vapor. Afinal, pra quê investir tanto na tecnologia deste ramo se não pode usar e vender as últimas armas do mercado? Por isso talvez para eles, precisam mesmo de uma Terceira Guerra. A insatisfação contra isso é manifestada em "Now Your Enemy" da banda americana Rage Against The Machine. "Acordo, conformidade, assimilação, obediência, ignorância, hipocrisia, brutalidade e a elite. Todos esses são sonhos americanos!"
Montar uma seleção dos onze melhores jogadores de um grande clube é sempre uma tarefa difícil e polêmica. É complicado dizer o qual motivo um foi melhor do que o outro. Sem contar os atletas mais antigos de que nem todos viram jogar, de uma época em que o futebol e o próprio mundo era totalmente diferente dos dias recentes. Por exemplo no caso do Vasco, como você pode comparar os atacantes Russinho e Tostão? O primeiro foi ídolo da torcida no final dos anos 20 e início dos anos 30. Marcou uma época em que a torcida sabia na ponta-da-língua o super-time campeão de 1929. Anotou quatro gols na histórica goleada de 7x0 sobre o Flamengo e teve até uma boa atuação na primeira Copa do Mundo no Uruguai, mas não a venceu. Já o segundo é reconhecido até hoje como um monstro sagrado do futebol brasileiro, maior ídolo do Cruzeiro, brilhou intensamente na conquista da Seleção Brasileira na Copa de 1970. Veio para o Vasco numa das mais marcantes contratações da história, à peso de ouro e com direito à carreata no Rio de Janeiro. Fez bons jogos em sua curta passagem por São Januário, mas não ficou tão marcado pela ausência de um título na Cidade Maravilhosa. Então fica a pergunta, quem foi melhor no Vasco entre os dois? Enfim. Sou um aficionado como tantos outros pela fantástica história do Vasco pelas suas diversas vitórias e conquistas dentro e fora de campo. Resolvi montar uma seleção com os melhores, pelo que já li e ouvi dos mais velhos e também vi com meus próprios olhos de torcedor.
Barbosa no Pacaembu no dia da conquista do Rio-SP de 1958
No gol, é claro, ele, Moacir Barbosa, uma lenda debaixo do gol do Expresso da Vitória. Presente em onze entre cada dez seleções cruzmaltinas. Teve como momento marcante a defesa do pênalti de Labruna, do River Plate, na final da primeira Libertadores em 1948 no Chile. Conquistou também pela Colina os estaduais de 1945, 1947, 1949, 1950, 1952 e 1958. Além do Torneio Rio-São Paulo neste último ano.
Augusto comemora na vitória contra o Arsenal em 1949
Pra comandar, impor respeito e ordem na casa do Expresso, nada menos que o lateral-direito Augusto. Capitão nas vitórias vascaínas durante nove anos e da Seleção Brasileira na conquista da Copa América de 1949. Pelo seu lado direito ninguém passava, assim foi em 1950.
Orlando, o "Senhor do Futebol"
Na zaga, o "Senhor do Futebol", apelido dado pela imprensa argentina à Orlando Peçanha. Formou uma lendária dupla defensiva com Bellini, os quais conquistaram o intercontinental de 1957 pelo Vasco contra o Real Madri de Di Stéfano e a Copa do Mundo de 1958 na Suécia. O Brasil só foi sofrer gol na semifinal do torneio. Tive particularmente a felicidade de tirar uma foto com ele nas sociais de São Januário em 2005.
Mauro Galvão levanta a Libertadores em 1998
Orlando faria uma senhora dupla de zaga com Mauro Galvão, capitão vascaíno na conquista da Taça Libertadores de 1998. Uma zaga de respeito e raça, aliada à técnica. Pra completar o quarteto pelo lado esquerdo, Mazinho, destaque no Bi-Carioca de 1987-88 e Brasileiro de 1989 com cruzamentos mortais para Romário e Bebeto. Conquistou com Mauro, a Copa América de 1989 e em seguida a Copa do Mundo de 1994, desta vez atuando como meia.
Mazinho, três Bolas de Prata Placar
Danilo antes da decisão do Intercontinental de 1953
Meu meio-campo dos sonhos seria este: Danilo Alvim, Fausto dos Santos e Dirceu. Todos foram maiores em seus tempos e se destacaram nas Copas que jogaram. Danilo, um dos maiores centro-médios do futebol brasileiro, conhecido como "O Príncipe". Brilhou nas goleadas de 6x1 e 7x1 contra Espanha e Suécia em 1950.
Zandonaide e Dirceu em 1977
Fausto, "La Maravilha Negra" abraça Itália
Fausto, em 1930, recebeu o apelido de "La Maravilha Negra" pela imprensa uruguaia pela boa atuação na Copa. Comandou os 7x0 contra o Flamengo em 1931.
Pra completar, Dirceu, considerado o melhor brasileiro e terceiro melhor jogador brasileiro da Copa de 1978 na Argentina, devido a sua movimentação, passes e gols. O Brasil invicto ficou como "Campeão Moral". Marcou época no grande time do Vasco de 1977.
Edmundo bateu o lendário recorde de Reinaldo em 1997
No ataque sobram três vagas. Num clube que é considerado uma fábrica de artilheiros, o meu ataque seria formado por Edmundo, Ademir Menezes e Romário. O que eles tem em comum? Ambos conquistaram títulos de expressão pelo Vasco, jogaram uma final de Copa do Mundo e decidiram com gols uma Copa América.
Edmundo, o maior ídolo da torcida vascaína em 1997 contra a Bolívia, Ademir, o maior artilheiro do Brasil numa única edição de Copa contra o Paraguai em 1949, e Romário, o maior atacante da história do futebol contra o Uruguai em 1989.
Ademir marca no Maraca lotado. Sete anos sem perder para o Flamengo
Ficou assim desta vez: Barbosa; Augusto, Orlando, Mauro Galvão e Mazinho; Danilo, Fausto e Dirceu; Edmundo, Ademir e Romário. Vai encarar?
Romário, 71 gols em 2000. Pode isso?
Abaixo, fotos dos onze citados
em grandes momentos pela Seleção Brasileira:
Barbosa vibra na vitória contra a Iugoslávia
Capitão Augusto antes da partida contra Suíça pela Copa de 1950
Bellini, Vavá e Orlando, campeões na Suécia em 1958
Mauro Galvão ganhou a Copa América em 1989
Mazinho na final contra o Uruguai em 1989 no Maracanã
Figurinha autografada por Danilo no álbum da Copa de 1950
Fausto, segundo em pé, da esquerda para direita na Copa de 1930
Dirceu fuzila Zoff na Copa de 1978
Edmundo faz o primeiro do Brasil na final da Copa América de 1997
Ademir no massacre de 7x1 contra a Suécia na Copa de 1950.
Romário faz o segundo contra o Uruguai e leva o Brasil pra Copa dos EUA.