Resenha álbum "Hackney Diamond" - The Rolling Stones
Por Paulo Fernandes:
No início desta madruga, acordei de leve e do nada lembrei que neste 20 de novembro de 2023 seria lançado o tão esperado novo álbum Hackney Diamonds. Cogitei logo se poderia ja estar nos streamings. E não deu outra! Estavam todas as dozes faixas disponíveis. PARA TUDO!! Levantei, peguei o fone pra não acordar o restante da casa e apertei play!!
Angry - É quem abre o disco. Já haviam soltado antes como single, e realmente não poderia ter outra escolha melhor para tal. É a "Start Me Up" deste disco. Riff simples e direto com afinação da guitarra em Sol aberto, bem ao estilo Keith Richards. Esta inclusive já está no set da minha banda tributo A BOCA. Certamente ótima pra se tocar ao vivo.
Get Close - Mantém o nível. Senti um clima rock n´roll semelhante à "Can´t You Hear Me Knockin?" do álbum Sticky Fingers (1971), só que mais enxuta, sem longos solos de Mick Taylor e improvisos claro da banda. Mas com sax muito legal feito por James King. De quebra tem Mr. Elton John no acompamento dos pianos.
Depending On You - Uma balada. Já haviam soltado ela clandestinamente pela internet. Mick Jagger simplesmente arrebenta, aliás, por sinal em todo disco. Momentos desta faixa que emocionam.
Bite My Head Off - É a tão aguarda faixa, por ter a participação de Paul McCartney no baixo. É a mais pesada, Keith e Ron entram com um riff punk, bem ao estilo Sex Pistols (Ouçam "Liar"). No meio o Macca mete um fuzz (pelo menos parece ao meu ver) nos graves, que completa a grande faixa. Essa com certeza estará nos setlist dos shows dos Stones. Já até tocaram hoje.
Whole Wild World - Riff inicial, com efeito estiloso ao estilo ZZ Top. O refrão já achei meio meloso. Porém com solo maneiríssimo do Ron Wood. Boa música.
Dreamy Skies - Folkzinho leve e simpático, que ao meu ver cairia normalmente no álbum Voodoo Lounge (1994).
Mess It Up - Outra muito esperada. Pois tem a bateria e a levada inconfundível de Charlie Watts. Faixa alegrinha e suingada, na onda Emotional Rescue (1980) e Tatoo You (1981). Ótima pra uma festa e rádios.
Live By The Swords - Aqui um marco! A última gravação com os originais Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts e no baixo Bill Wyman!!! Tem Elton John mandando a ver no piano. Uma das melhores na minha opinião. Ritmo contagiante.
Driving Me Too Hard - Não me empolgou muito. Mediana.
Tell Me Straight - Tem que ter a faixa com o Keith cantando. Remete às suas demais baladas tanto nos Stones quanto em seus discos próprios. Caprichou no feeling da guitarra em seu solo.
Sweet Sounds of Heaven - Um dos pontos altíssimos do disco. Blues lento ao suíngue de Stevie Wonder. Destaque para Lady Gaga que arrebentou nos agudos e performance vocal. Nível altíssimo.
Rolling Stone Blues - Sensacional. Este tipo de blues acústico e raiz foi o que faltou no último disco da banda Blue & Lonesome (2016), que é só deste gênero. Simples: Viola, voz e gaita. A música de Muddy Watters que deu origem ao nome do conjunto. Amei!! Me fez pegar a viola e gaita. Não deu certo e terminei acordando a casa. Desculpem.
Por fim concluo a ótima bateria de Steve Jordan e produção de Andrew Watt, que inclusive é co-autor das duas primeiras faixas. Parece que foi tudo bem montado e planejado na distribuição nos quesitos dos estilos diversos e participações. E assim como fatias de bolo, todos apareceram e tiveram a sua contribuição. Claro, longe do impacto de um "Let It Bleed" ou "Sticky Fingers". Enfim... Estamos vivendo e presenciando mais um capítulo da fantástica história dos Rolling Stones. Sinta-se privilegiado!
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