sábado, 20 de abril de 2024

Os Onze da Costeleta de 1964

 Calma!! Não é mais uma nova enquete A Costeleta, que geralmente faço com discos que completam 30, 40 e 50 anos. Este ano por exemplo já fizemos a dos discos lançados em 1974, faremos agora de 1984 e ainda este ano a de 1994. Então.. por acaso me veio na cabeça. O que rolou em 1964!? Há 60 anos atrás na música!

Quando fui ver, reparei que tinha alguns discos. Então vou colocar aqui os onze que tenho deste ano de 1964. Quem quiser colaborar é só mandar sua lista também de seus preferidos. Só não será uma enquete como as demais que realizamos. Aí vão "Os Onze da Costeleta de 1964".

Os Onze da Costeleta em 1964


Crescent (John Coltrane)
Aqui é o maior quarteto de jazz da história à todo vapor! Só pra se ter uma idéia, o autor Ashley Khan do livro sobre o álbum"A Love Supreme" que é sobre a principal e mais famosa obra musical do saxofonista John Coltrane, ele cita que num desempate entre os dois prefere o Crescent do que este álbum tema do seu livro. 

Com excessão do alegre blues "Bessie´s Blues", as demais faixas do disco são de uma expressão e lamento tão profundo em que, se você estiver passando por um momento triste de sua vida, provavelmente irão te arrancar lágrimas.


12x5 (The Rolling Stones)
Este foi o primeiro disco dos Stones da fase Brian Jones que comprei. Uma versão DSR remasterizada do segundo álbum da discografia americana da banda inglesa. De cara "Around and Around" de Chuck Berry e "Confessin the Blues" me conquistaram. 

O disco conta já como algumas composições próprias da banda. Mas os destaques maiores vem com os covers"Time Is On My Side", "Under The Boardwalk" e "Susie Q", aquela mesma que o Creedence gravaria sua versão alguns anos à seguir.


The Rolling Stones (The Rolling Stones)
Depois do single de "Not Fade Away", o álbum (britânico) de estréia dos Rolling Stones é também um bom disco. Já mostra a energia da banda com seu rock sessentista  com clássicos como "Route 66" de Bobby Troup e "Carol" de Chuck Berry. 

"Tell Me" é a primeira composição da dupla Jagger/Richards, que segundo a lenda, os dois foram trancados num quarto e só sairiam dali depois que fizessem uma música. Pra quê? A semente foi plantada e eles conquistaram o mundo. 


A Hard Day´s Night (The Beatles)
Com a beatlemania pegando fogo, com filme e tudo mais, A Hard Day´s Night é um marco nesta primeira fase dos Beatles. A faixa título e "Can´t Buy Me Love" ditam o ritmo da época. A balada "And I Love Her" é uma das minhas favoritas deste terceiro álbum da banda.

Todas as músicas são originais dos Fab Four. Já li uma lista de discos preferidos do Rob Halford (do Judas Priest) e lá estava A Hard Day´s Night dos Beatles.


Coltrane´s Sound (John Coltrane)
Gravado em 1960 ainda pela Atlantic Records, a magia de Coltrane da primeira metade dos anos 60 já dava suas caras com com Elvin Jones na bateria e McCoy Tyner nos pianos. As gravações ainda foram com o baixista Steve Davis, que colaborou por dois anos no quarteto. 

"The Night Has A Thousand Eyes" é uma sensacional abertura. "Equinox" é uma viagem! Na crítica de Douglas Payne, do All About Jazz, na época até mencionou que o disco faz até os não fãs de jazz sentirem algo. 


The Animals (The Animals) 
Esta é a versão americana de estréia de um dos grandes conjuntos de rock da chamada Invasão Britânica. Nesta bolacha contém o hit transatlântico número um da folclórica "House Of The House Sun". 

O disco é todo de versões do Animals, desde John Lee Hooker, Ray Chales, entre outros. Pra variar, como as outras bandas da época, covers de Chuck Berry como "Around and Around" e "Memphis Tennessee".


Live At Birdland (John Coltrane)
Apesar do nome, somente metade das músicas foram gravadas ao vivo em Birdland. As demais foram em estúdio, e pegam o ápice de Coltrane (sax), McCoy Tyner (piano), Jimmy Garrison (baixo) e Elvin Jones (bateria). Ouvir este quarteto ao vivo deve ter sido pra quem viu umas das maiores experiencias musicais da vida.

A faixa "Alabama" é uma homenagem às quatro crianças negras mortas em um atentado numa igreja batista nesta mesma cidade. Os discos do Coltrane pela Impulse! são demais.


 Nara (Nara Leão)
Aos 22 anos, uma das principais cantoras brasileiras, Nara Leão querendo se livrar do rótulo de Musa da Bossa Nova grava seu primeiro álbum e se aproxima do samba entre outras tendências musicais. 

Neste álbum Nara interpreta Carlos Lyra, Moacir Santos, Cartola,Vinícius de Moraes e Baden Powell. Neste período Nara Leão já mostra seu posicionamento político se preocupando com questões sociais do Brasil.


St. Louis To Liverpool (Chuck Berry)
Após se livrar da prisão em outubro de 1963, Chuck Berry, grande influente das bandas da invasão britânica, além dos Beach Boys, ele através da Chess Records lança este grande álbum. 

A receita do rock é a mesma, e tem até instrumentais. Mas um dos grandes hits é 'You Never Can Tell", que Chuck compôs quando ainda estava preso. Quem não lembra da cena do filme Pulp Fiction, em que os atores John Travolta e Uma Thurman dançam num bar temático dos anos 50?


Beatles For Sale (The Beatles)
Perceberam que nos meus onze de 1964 vão de Coltrane, Stones e Beatles né? A lista era pra ter Miles Davis também, mas não tenho nenhum álbum do trompetista deste ano. 

Apesar de "For Sale" seja o disco que menos escuto da banda, não tem como não incluir né? Afinal Beatles é Beatles, e tem que estar em qualquer lista dos anos 60. Os grandes destaques vão para as faixas Eigh Days A Week, I´ll Follow The Sun, e é claro, Rock N´Roll Music, mais um cover do mestre Chuck Berry.

É Proibido Fumar (Roberto Carlos) 
Meu pai não suporta ouvir o nome de Roberto Carlos. Tá.. e já sei também... muitos falam que Tim Maia foi melhor cantor do que ele (ambos eram amigos e tiveram banda juntos). Mas não tem como não reconhecer que a faixa título e "Meu Calhambeque", versão do Erasmo Carlos, não são clássicos do rock nacional. 

Me expantou na minha pesquisa, saber que era de 1964, achava que era já do final dos anos 60. Fiz questão de comprar e incluir na minha lista dos onze.




Menção Honrosa:
Burning Hell (John Lee Hooker)
Pra não deixar de citar, e como amante do estilo, um álbum de blues do grande John Lee Hooker. Disco que descobri esse ano. São de gravações feitas em 1959 em Detroit e foram lançadas no álbum deste ano pela Riverside Records. 

Na bolacha, Hooker, sozinho desfila ,com sua voz e violão, sua maioria de composições próprias, além de clássicos do blues como "Baby, Please Don´t Go" de Big Joe Williams e "Key To The Highway" de Big Bill Broonzy. Vale o play pra relaxar!














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