domingo, 17 de fevereiro de 2013

Aí Eu Vou Pra Galera

Estava conferindo esses dias o trailer do DVD do guitarrista Randy Hansen, super cover de Jimi Hendrix. Neste video tocando Manic Depression, e em outros também Hansen procura ao máximo não só copiar musicalmente com timbres, efeitos, frases, solos, como também a vestimenta e performance do maior guitarrista de todos os tempos.

Toca com dente, dá cambalhotas, gira a guitarra e até... vai pra galera! Mas peraí, nunca vi Hendrix sair do palco indo perto do público e se aventurar improvisando . Logicamente Hansen ao longo dos anos deve ter visto outros fazendo "fanfarronagem guitarrística". Alguns usam até palco especial para tal atitude.

                                                                  Randy Hansen

Pelas minhas lembranças dos videos de música que eu já vi, o primeiro a ter feito foi o blueseiro Buddy Guy, como mostra uma de suas apresentações em 1970, quando Hendrix ainda era vivo, em Winnipeg no Canadá pelo Festival Express, que contou também com as presenças de Janis Joplin, Greatfull Dead, entre outros. 

Mais de 30 e poucos anos depois, pude vê-lo em alguns shows aqui pelo Rio, e mesmo já coroão, Buddy Guy foi pra galera. Na oportunidade passou perto de mim na platéia e pude dar até um abraço. Só não gostei muito porquê seu cabelo estava cheio de gel. Mas enfim, foi um showzão.

                                                                         Buddy Guy

Essas atitudes já me fizeram ter a ousadia algumas vezes como guitarrista nas minhas bandas Tatubala e AC/DCover de também ir na galera. Quando fui numa loja de instrumento comprar cabo pra guitarra perguntei qual era o de maior comprimento, o balconista me apresentou um de sete metros, o qual uso até hoje.

                                                                        Angus Young

Isso na época foi inspirado na apresentação de Angus Young no video Let There Be Rock, num show em Paris em 1979. Ao ritmo de Rocker ver Angus ver nos braços da galera é de arrepiar! 

Angus no Brasil em 2009
Foto: Paulo Fernandes/A Costeleta
Mas cuidado eim amigos guitarristas! As vezes o cabo pode sair da guitarra e algumas mesas de bares podem ser frágeis! De resto o que vale é o rock rolar! 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Banana Descascada

Serenata de Amor, Batom, Crocante e Talento. Qual brasileiro quando criança nunca se deliciou com esses chocolates da Garoto?
Pega Pop refrescará o Carnaval  2013

Da inocência, prazer e diversão, nesta semana me deparo com uma propaganda no mínimo um pouco sensualizada. Um outdoor imenso anexado às costas das arquibancadas do Sambódromo do Rio de Janeiro com imagens de macacos chupando picolés em formato de banana com os dizeres: "Pega Pop - O novo picolé que descasca" e "Descasque, morda, aproveite!".  

Vamos supor que o novo picolé da Garoto venha ser um grande sucesso com vários foliões saboreando o mais novo produto da moda. Nisso tentem imaginar: Chega um gringo num local turístico do Brasil, durante um evento como o Carnaval Carioca, olha a publicidade e ao redor enxerga várias moreninhas adolescentes com os picolés de banana na boca. Qual a imagem ele terá disso tudo e levará para o resto do mundo?

"Morda, descasque e aproveite"
Fotos: Paulo Fernandes

Considerando apenas em termos de América do Sul, argentinos adoram esnobar brasileiros nos chamando de "macacos". Sem contar que vivemos numa época em que a bunda aqui no país muitas vezes vale mais que um cérebro.

Melona da Binggrae
Coincidência ou não, numa pequena sorveteria também do Rio, havia uma propaganda bem mais ética, inteligente e criativa. Numa proporção infinitamente menor, é claro. 

Um banner do picolé Melona da marca Binggrae tinha o dizer: "Sedução de Melão". Uma propaganda simples e atraente em que explora o valor da verdadeira riqueza que o Brasil tem, que é a própria natureza, com uma imagem de vários picolés saindo da fruta. Não precisou de nenhuma Mulher-Melancia ou Melão.

Não cheguei a provar nenhum dos dois e nem quero fazer propaganda de nenhuma marca picolé, mas o Brasil podia ser visto de uma maneira mais atraente com o que realmente tem de melhor. 


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Águas da Colina

Um assunto que vem dividindo opiniões entre os vascaínos atualmente é o da interdição e o da possível demolição do tradicional Parque Aquático de São Januário, construído em 1953. O local que serviu de sede  para a Copa do Mundo de Natação em 1998, está com um futuro incerto e deixou infinitas lembranças nos sócios e atletas nas demais décadas em que desfrutaram das piscinas do clube.


Ricardo Lisboa em dois momentos na Piscina do Vasco.
No início da década de 60 (Foto: Arquivo pessoal),
e no detalhe nos anos 2000. (Foto: Paulo Fernandes/A Costeleta)

Uma delas é Ricardo Rocha Lisboa, de 64 anos, que foi goleiro de Polo Aquático do Vasco na década de 60, (Water Polo na época) além de nadador da categoria master entre 2004 à 2006. "Fica a saudade, pois eu vi aquele parque funcionado à todo vapor. Eu quando garoto via equipes de Saltos Ornamentais, Natação, Aqualocos e Polo Aquático treinando. Eu vivi aquilo, era muito gostoso". Disse Ricardo relembrando seus tempos de atleta.

"No meu primeiro jogo, eu era o segundo goleiro, e o titular era o Carlinhos (Jacaré). Íamos jogar contra o Fluminense, que tinha uma forte equipe, às nove e meia da noite no inverno. Ressalto que naquela época não havia a facilidade de piscina aquecida. Nisso Jacaré forjou uma câimbra e acabei entrando e fechando o gol. Peguei praticamente tudo! A partir desse jogo eu ganhei a vaga e de titular. Mais tarde sagrei-me Campeão Brasileiro Juvenil pela Seleção Carioca".

Apesar das lembranças defendo as cores do Vasco, Ricardo se mostra frio quanto à uma possível transformação da piscina em estacionamento para o "projeto" da Arena de São Januário.

"Fiquei triste com as fotos do estado atual do Parque Aquático, mas pra mim é indiferente e tanto faz, pois não voltará a ser como era antes. Há uma filosofia na China em que diz pra não voltar ao lugar onde um dia viveu momentos felizes, pois corremos risco de nos decepcionarmos".

Indiferença se contradiz na saudade de Raïssa Lisboa, filha de Ricardo, a qual nadou no clube em meados da década passada. "Sou vascaína e queria muito voltar à nadar no meu clube de coração. Fiz muitos amigos lá. Pra mim, nas piscinas do Rio onde nadei, o Parque Aquático do Vasco era o melhor." Comentou Raïssa, de 19 anos, ex-atleta do Vasco-Sportech.

Raïssa sonha em voltar à nadar no Vasco
Foto: Arquivo Pessoal
Em tempos de Olimpíadas e Copa do Mundo chegando no Brasil, muitos se lamentam para uma possível demolição das piscinas de São Januário. Nisso, Ricardo Lisboa foi mais fundo no assunto, e ressaltou em que o esporte não tem mais o objetivo de antigamente. "Esses eventos de alto nível são hoje em dia negócios para muita gente, como a televisão, cervejarias, fabricantes de materiais esportivos entre outros. Em síntese, esporte já foi sinônimo de saúde. Hoje é sinônimo de negócio, além do que essas competições não trará nenhum benefício para a humanidade como um todo e sim, somente, enriquecer meia dúzia de Blaters da vida". Finalizou o senhor Lisboa.