segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Palco da História

Após o término da Segunda Grande Guerra Mundial em 1945, o mundo ainda estava ao mesmo tempo aliviado com o fim dela, mas também abalado com as atrocidades acontecidas. Foi preciso, inclusive que soviéticos e americanos, governos com ideais distintos lutassem por um objetivo só, que seria o combate e fim do nazismo na Europa.

Neste período, em terras brasileiras, Luís Carlos Prestes, líder comunista e inimigo político do então presidente Getúlio Vargas, solto após nove anos de  prisão realizou um comício no Estádio de São Januário com mais de 100 mil pessoas no dia 23 de maio de 1945 . A cessão foi autorizada pelo então Presidente do clube cruzmaltino, Manuel Ferreira de Castro Filho, um intelectual equilibrado, que dizia, que se Vargas utilizava o estádio, Prestes também poderia usar. Inclusive foi no próprio São Januário, dois anos antes, que Getúlio decretou as Leis Trabalhistas , a CLT em 1943.

Comício de Prestes em maio de 1945 no Estádio de São Januário - Foto: Site do PCB




A atitude incomodou a imprensa da época, que praticamente o acusou como um ato criminoso, e também parte da ala anti-comunista da diretoria e sócios do Vasco. Castro Filho, com seu espírito liberal resolveu então renunciar do comando da Colina, após os protestos.



Interessante, é que poucos anos antes, quando o Brasil ingressou na guerra, Castro Filho, junto com Ciro Aranha, outro grande presidente da história cruzmaltina fizeram parte da comissão Pró-Avião Vasco da Gama. Uma campanha para arrecadar dinheiro para adquirir e doar dois aviões para a FAB. 

Foto: Site oficial do Vasco
Castro Filho, veio com o lema: "No Vasco basta plantar a semente". No fim, com sucesso conseguiu-se fundos para a compra dos dois aviões, que tiveram a Cruz de Malta pintada. Estes seguiriam para Itália, juntamente com os Pracinhas, que já se alojavam e treinavam na própria Colina no período de guerra. Os soldados puderam combater vitoriosamente os nazistas em Monte Castelo. Há, inclusive no clube vascaíno um monumento em memória da conquista.

Vitória dos Aliados e do Brasil de Vargas, que num fato curioso até hoje, durante este período do comício socialista, pediu a Prestes para apoiá-lo na candidatura à Presidência da República. Isso, mesmo com o próprio Prestes ter sido preso nove anos durante o regime de Vargas, e deste último ter enviado a própria esposa do comunista, Olga Benário aos campos de concentração e extermínio da Alemanha Nazista no final dos anos 30. Getúlio Vargas se desculpou em seguida e ainda prometeu maior participação do Partido Comunista no congresso brasileiro. Coisas da política.

                                               Discursso de Vargas no Dia do Trabalho 

                                     




Fontes: Almanaque Brasil, Site oficial do Partido Comunista Brasileiro, Site do pesquisador Mauro Prais, livro "Memorial Social dos Esportes, v 2 Futebol e Política - A construção de uma identidade" e página no Facebook de Ademir Marques de Menezes.





quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

A Carta de Eurico Miranda

Venho aqui reproduzir a carta de Eurico Miranda, então Presidente do Club de Regatas Vasco da Gama destinada aos vascaínos em 30 de junho de 2008, quando saiu do comando da instituição. Na carta demonstrou sua trajetória no clube e como o deixou. Destaque para o penúltimo parágrafo.


Eurico no aniversário de quatro anos do Colégio Vasco da Gama.Foto:  Paulo Fernandes/Vasco.com.br

Aos Vascaínos,

Talvez tenha sido pouco. Na verdade, ao cruzar, como Presidente do Vasco, o portão de São Januário pela última vez, é esta a sensação. O que fiz foi pouco. Muito pouco. Considero assim porque nestes mais de 40 anos de serviços prestados ao clube, fiz de cada dia uma obsessão. Obsessão em tornar o Vasco maior, respeitado, intocável. Isso me guiou. Isso me motivou a acordar todos os dias. Quase sem perceber, por esta obsessão entreguei a minha vida. Agora, quando os dias derradeiros dessa trajetória vão passando com rapidez, noto que vivi em função desta paixão sem nenhum pudor em me doar. Sem limites. E o mais incrível: não consigo identificar um foco, sequer, de arrependimento. Faria tudo de novo, mesmo conhecendo os efeitos desta entrega. Mesmo sabendo que esta entrega me custaria, novamente, a destruição de minha imagem pública. O Vasco vale à pena, em qualquer circunstância.

Devo esclarecer que o processo que está determinando a minha saída começou há muito tempo. Talvez no primeiro dia do meu primeiro mandato como Presidente. Por esta instituição, em defesa deste clube, fiz inimigos muito antes de me tornar Presidente. Convivi, de janeiro de 2001 a junho de 2008, com todo tipo de ações orquestradas na intenção de inviabilizar o Vasco e minha administração. Valeram-se delas uma parcela da mídia e os inimigos internos, artífices de um cerco que atingiu o coração desta casa com 110 anos de existência.

Os últimos capítulos deste cerco todos devem ter acompanhado. Pressionados, cometemos o erro ansiosamente aguardado pelos inimigos, ao não recolher custas de 30 reais em um processo relativo às eleições de 2006. Foi decretada a revelia, nossa defesa foi desconsiderada e, dali por diante, o que se viu foi uma verdadeira avalanche, desencadeada do topo da montanha do poder deste estado. Resta-me a mágoa de ter constatado que, embora o alvo fosse eu, o Vasco foi pisoteado, massacrado, desrespeitado. Seu Estatuto rasgado. Feriram o meu sentimento vascaíno, não por este desrespeito ter decretado o meu afastamento, mas ao ignorar a História centenária do nosso clube.

Não é feitio meu fazer-me de vítima. Há os que sobrevivem disso, elegem-se para cargos políticos sob a estratégia da vitimização. É evidente que não é o meu caso. Tenho plena consciência dos inimigos que fiz, muitos na mídia. Alguns, de fato, merecedores da minha inimizade. Outros, nem tanto. Batalhas que venci e batalhas que perdi. Sempre em nome do Vasco. Sempre em defesa do Vasco. Reconheço, contudo, que há dois lados na moeda: assim como os enfrentei, esperaria naturalmente os contra-ataques, desde que eles fossem feitos de forma honesta. Acontece que a desonestidade e a mentira passaram a estar presentes em todas as matérias a meu respeito. Insurgir-me contra isso passou a ser mais um dever.

Ontem mesmo, em um editorial que supera todos os limites do bom-senso e que toca o ridículo, a editoria de esportes do jornal O Globo, numa demonstração medíocre de revanchismo, expôs toda a satisfação pela consumação do golpe que me afastará do Vasco. As inverdades e a desonestidade pautaram o texto, como de costume.

Foram capazes de ressuscitar, por exemplo, acusações da CPI do Futebol, sepultadas, recentemente, pelo Superior Tribunal de Justiça. Foram capazes de afirmar que no episódio lamentável ocorrido em São Januário na final da Copa João Havelange, mandei feridos se retirarem do gramado para que o jogo recomeçasse, quando o áudio da gravação original comprova que eu disse exatamente o oposto: o jogo só recomeçaria após o atendimento de todos os feridos. Também foram capazes de levantar alguns fatos isolados que eles colocam como insucessos esportivos.

A isso, respondo com currículo: desde que assumi o comando do futebol do Vasco, ajudei a conquistar 3 dos nossos 4 títulos brasileiros; 7 títulos estaduais; uma Taça Libertadores da América; 1 Copa Mercosul; 1 Rio-São Paulo. Foram diversas Taças Guanabara e Taças Rio. E mais: fazendo justiça ao nosso passado, busquei, junto à Conmebol, o reconhecimento oficial da entidade ao nosso título Sul-americano de 1948, tido pelos historiadores como a “primeira Libertadores”. Isso sem contar a minha participação na formação de equipes campeoníssimas nos esportes amadores. Posso citar o futsal, o remo, esporte de nossas origens, e o basquete, no qual nos sagramos bicampeões brasileiros, bicampeões da Liga Sul-americana e vice-campeões mundiais, perdendo apenas para o time campeão da NBA, o Santo Antônio Spurs. Assim, a editoria de esportes de O Globo até pode suprimir de seus editoriais os meus notáveis feitos à frente do Vasco. Mas jamais os suprimirá da história. Jamais manchará a minha trajetória.

Ainda no trilho das realizações, orgulho-me do crescimento patrimonial que esta diretoria proporcionou ao Vasco, mesmo sendo alvo de constantes agressões e sabotagens. E confesso a emoção ao me lembrar de que abracei a idéia do projeto do Colégio Vasco da Gama, que já formou diversas turmas de primeiro e segundo graus, verdadeiro projeto de cidadania. Apesar de todas as dificuldades, inerentes a todos os clubes, mas incrementadas no caso do Vasco comandado por um “vilão”, mantive os sonhos. Os meus sonhos e os sonhos de centenas de jovens e crianças pelos quais fui responsável.

Também sonhei os sonhos da nossa torcida. Assim como tenho plena noção de que a acostumei com títulos em profusão, assumo a responsabilidade por, neste período em que ocupei a presidência, só termos conquistado o Estadual de 2003. Longe de ser um jejum desesperador, ao contrário do que vende a mídia. Mas, gostaria muito de ter rompido o cerco que impediu nossas conquistas habituais. Estivemos muito próximos de conseguir. Agradeço a participação dos torcedores. Estejam certos de que nosso clube, caso seja mantido no seu rumo, ainda chegará ao topo, assim como quase chegou em 1998 e 2000.

Um agradecimento especial ao nosso quadro social. Pelo menos por três vezes ele demonstrou maturidade e responsabilidade, dizendo não às pressões externas: nas eleições de 2003, nas eleições de 2006 e ao repelir com veemência a remarcação desta eleição para o último dia 21 de junho.

E, finalmente, a minha sincera gratidão àqueles que não me abandonaram. Dirigentes, colaboradores, funcionários. Amigos próximos ou distantes. Muito obrigado por terem me ajudado a atravessar momentos tão críticos e dolorosos.

Apesar de acreditar que muito mais poderia ter sido feito, deixo a presidência com a consciência daqueles que cumpriram o seu dever. Um bom elenco no futebol, o nono lugar no Brasileiro de 2008, com boas perspectivas de melhora. Diversas promessas surgindo na base. Salários em dia, estrutura intocável, estádio bem cuidado, parcerias encaminhadas, como no caso da Lusoarenas. Nossas dívidas mais críticas equacionadas. O título estadual de remo em nossas mãos. Enfim, um cenário excelente, quando se leva em conta os obstáculos que nos foram impostos.

Por fim, lembro que, pelo Vasco, enfrentei de Senadores da República a traficantes colombianos. Pelo Vasco, abri mão dos prazeres sociais mais simples, principalmente quando a tentativa de desmoralização imposta a mim atingiu o seu nível mais alto. Pelo Vasco, renunciei até à minha saúde. O Vasco sempre esteve acima de tudo. E, sendo assim, despeço-me dizendo que estarei atuante como Grande-Benemérito que sou. Pelo Vasco e para o Vasco a experiência e o conhecimento que acumulei ao longo destes anos estarão sempre disponíveis. Jamais me furtarei a ajudar, se um dia for convocado. Pelo Vasco, as mágoas e cicatrizes são colocadas à margem. O sentimento sempre prevaleceu e assim permanecerá. A minha contribuição a esta instituição sustentou-se assim: no sentimento. Sentimento que não pode parar.

Saudações Vascaínas,
Eurico Miranda

Alex Teixeira comemora com Morais na vitória por 4x2 sobre o Ipatinga.  O Vasco sobe para o sétimo lugar no Brasileirão de 2008, no último jogo com Eurico Miranda como Presidente do clube. Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.br














                                      

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Semelhanças Entre Iron Maiden e AC/DC

Iron Maiden e AC/DC são duas das principais bandas do chamado rock pauleira, como dizem os mais antigos, que cativam em seus públicos com fãs de todas as idades, e atravessam gerações com suas músicas ao longo dos anos. Mais precisamente, desde meados dos anos 70 aos dias atuais, vendendo muitos discos, vídeos e lotando shows. Analisei, portanto, com minha visão algumas semelhanças entre músicas de ambos os grupos.

The Number Of The Beast e Highway To Hell - Quem não gosta? 

The Number Of The Beast e Highway To Hell - Principal música de referência de ambas as bandas. Unanimidades que contém temáticas "satânicas". Nome de seus respectivos discos que desde o fã mais velho ao mais novo sabem cantar a letra de forma empolgada. 

The Trooper e Back In Black - Clássicas das clássicas em qualquer coletânea de rock que contém riffs iniciais tradicionais. São as mais cobiçadas em covers. Até Lemmy Kilmister, do Motörhead e Carlos Santana já gravaram elas respectivamente.



Hallowed Be Thy Name e Hells Bells - Começam com sinos. São bem construídas e bem trabalhadas. Praticamente indispensável nos shows, tanto pela banda quanto pelo público.

2 Minutes To Midnight e Wholle Lotta Rosie - Hinos de ambos. Entraram nos set list para nunca mais saírem. Indispensáveis.

Fear Of The Dark e Thundestruck - Iron Maiden e AC/DC por um breve e pequeno período andaram em baixa no mundo do rock. Essas duas músicas meio que ressuscitaram os dois no início dos anos 90. Principalmente ao vivo. Não são curtas e começam com coros que vão crescendo e embalam a galera até chegar à loucura. Uma com "ôô ôô" e outra com "aa aa". 

Wasting Love e Money Talks - Da mesma época das citadas acima. Feita para as rádios. Tiveram sucesso momentâneo com seus clipes. Fizeram parte das suas respectivas turnês e em seguida abominadas para sempre do repertório da banda. Os fãs mais ortodoxos agradecem.

Phantom Of The Opera e High Voltage - Carros chefes dos primeiros discos e shows de início de carreiras. Aparecem e desaparecem ao longo dos anos nas apresentações. Dispensam comentários.

The Evil That Men Do e The Jack - Aquelas que nem são preferidas de ninguém e nem tanto exigidas para que toquem, mas se for reparar, em todo show elas estão presentes. Já reparou nisso? Funcionam bem ao vivo.

Powerslave e Bad Boy Boogie - Os fãs de carteirinha amam essas. Compridas e bem arranjadas. Tiveram destaques nos ao vivos "Live After Death" e "If You Want Blood". De vez em nunca reaparecem. Pelo menos isso.

Wasted Years e Rock N´Roll Damnation - Não pelas músicas em si, mas sim pelos álbuns em que fizeram parte: "Somewhere In Time" e "Powerage". Discos perfeitos feitos nos auges das bandas com a mais pura energia, técnica e sentimento. Mas não tão reconhecidos pela grande parte do público e da mídia.

Alexander The Great e Overdose - Musicaças e compostas com a mais pura criatividade! Porém nunca foram tocadas ao vivo. Uma pena.  

                                   

Wicker Man e Rock N´Roll Train -Hits recentes com inícios empolgantes.

Sanctuary e Jailbreak - Composições feitas nos primórdios e ausentes em discos de carreiras. Muitas vezes tocadas ao vivo.

The Appariton e Let´s Make It - Quais!? rsrs.













terça-feira, 18 de junho de 2013

E os R$0,20?

"Não são só vinte centavos". O slogan criado por grande parte dos protestos atuais que tomaram conta das ruas das principais capitais do Brasil deu pra entender que foi o fim de uma bolha insatisfatória estourada da população. Mas nos diversos protestos começaram a aparecerem os interesses e as diversas ideologias diferentes, tendo cada um seus objetivos.

Primeiramente o gancho diferente maior foram os altos gastos públicos nos estádios para a Copa do Mundo, mas nas milhares de pessoas também se ouviu e viu cartazes de "O povo não é bôbo, abaixo a Rede Globo", a corrupção, a repressão da polícia, revolta do vinagre, os xingamentos contra Alckmin e Haddad em São Paulo e Paes e Cabral no Rio, o pessoal do PSOL e os militantes do PSTU, que sonham com a revolução socialista pra dar um jeito nas desigualdades sociais do país, e por fim até o "Movimento Punk" foi citado pela Globo News, além inclusive da presença de lideranças religiosas. 

Nem o Funk Carioca foi poupado dos protestos no Rio de Janeiro.

Hoje mesmo o Ministro Gilberto Carvalho citou: "Não tem um comando único, portanto se torna difícil compreender, de entendimento e de multiplicidade das manifestações internas". Disse o Ministro ao G1 reconhecendo que o transporte coletivo necessita de melhorias. 

Não foram várias ideologias diferentes em torno de um foco tipo as "Diretas Já" e o impeachment no "Fora Collor", e que no fim chegou-se ao sucesso de um mesmo objetivo. Todos estes protestos atuais tiveram início com o Movimento do Passe Livre, que ainda luta contra o aumento das tarifas de ônibus, mas que até o momento não chegou-se à um acordo. A água está rolando.

Então muito fala daqui e dali mas até agora não cortaram os vinte centavos, a meta inicial. De qualquer forma, não há como não parabenizar ao povo que foi na rua, afinal, no Brasil vivemos numa democracia e cada tem o direito de protestar. 

É então esperar as cenas dos próximos capítulos, pois a Copa está só começando...

Faixa contra o aumento das passagens em São Paulo.

sábado, 15 de junho de 2013

O Bônus do Sabbão

Fui nesta semana na rua atrás do tão esperado novo disco 13 do Black Sabbath, que após anos e anos de espera reunia três dos quatros membros originais da banda (Ozzy, Iommy e Buttler). Quando cheguei na primeira loja só havia a versão standart com as oito músicas do cd. Estava a procura da deluxe que incluía um cd bônus com mais três faixas inéditas, mas este havia esgotado. O vendedor disse que chegaria dois dias depois, talvez, quem sabe, no dia seguinte. 

Uma situação difícil, pois já estava com o disco na mão, era só pagar e levar pra casa e ouvir. Mas não, eu resolvi sabiamente esperar. No dia seguinte achei em outra loja e com um preço até mais acessível. Valeu à pena, gostei do disco, mas posso dizer que o melhor está nas faixas bônus do novo Black Sabbão. A faixa "Methademic" é sensacional, pra mim a mais vibrante do disco! Pesado e agressivo como nos meados dos anos 70. 


13 versão deluxe. Vale a pena pagar cinco pratas à mais.


Gostei bastante das oito demais. Um Black Sabbath mais cadenciado inspirado no início da carreira. "End Of The Beginning" lembra a música que leva o nome do grupo que abre o primeiro disco de 1970. A ótima "Zeigeist" pode ser chamada de uma versão moderna de "Planet Caravan" do álbum Paranoid. Enfim, muito bom o 13!

O baterista Bill Ward realmente fez falta, afinal foi desta química entre os quatros, que o Sabbath conquistou os roqueiros do mundo. Mas uma coisa acertaram em cheio, chamaram Brad Wilk do Rage Against The Machine pra gravar a bateria do 13. Tocou sem firulas e com ataques e viradas nas horas e medidas certas. Wilk honrou a linha da banda. Uma pena ele também não estar na turnê deste ano com os mestres.

Mister Geezer Buttler detona no baixo, sendo citado por Ozzy nos créditos como melhor baixista do mundo. Tony Iommy, rei dos riffs, usou distorções na medida em solos e o stereo como antigamente, com a guitarra isolada num dos lados em alguns momentos. Em algumas horas achei que o grave do baixo de Buttler se sobressaiu a mais que a guitarra. Enfim, são os moldes atuais.

Ozzy Osbourne, que se sentiu feliz como nunca nessa reunião fez um bom trabalho no 13, porém em alguns videos recentes que vi no youtube achei que não está com a mesma performance de palco. Digo isto sem querer comparar, pois vi o Heaven & Hell com Dio em 2007 e 2009 fazendo shows em alto nível.
13 de outubro de 2013. Ingresso na mão!

Mas Ozzy é Ozzy, carisma sem igual. Estou contando os dias para assistir no dia 13 de outubro na Apoteose (e com Megadeth!!). E no fim aguardar os sinos que abrem e fecham essa fantástica historia dos inventores do Heavy Metal.



        Claro que na internet já tem tudo. Mas tem a mesma graça do que ir na loja?

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Aí Eu Vou Pra Galera

Estava conferindo esses dias o trailer do DVD do guitarrista Randy Hansen, super cover de Jimi Hendrix. Neste video tocando Manic Depression, e em outros também Hansen procura ao máximo não só copiar musicalmente com timbres, efeitos, frases, solos, como também a vestimenta e performance do maior guitarrista de todos os tempos.

Toca com dente, dá cambalhotas, gira a guitarra e até... vai pra galera! Mas peraí, nunca vi Hendrix sair do palco indo perto do público e se aventurar improvisando . Logicamente Hansen ao longo dos anos deve ter visto outros fazendo "fanfarronagem guitarrística". Alguns usam até palco especial para tal atitude.

                                                                  Randy Hansen

Pelas minhas lembranças dos videos de música que eu já vi, o primeiro a ter feito foi o blueseiro Buddy Guy, como mostra uma de suas apresentações em 1970, quando Hendrix ainda era vivo, em Winnipeg no Canadá pelo Festival Express, que contou também com as presenças de Janis Joplin, Greatfull Dead, entre outros. 

Mais de 30 e poucos anos depois, pude vê-lo em alguns shows aqui pelo Rio, e mesmo já coroão, Buddy Guy foi pra galera. Na oportunidade passou perto de mim na platéia e pude dar até um abraço. Só não gostei muito porquê seu cabelo estava cheio de gel. Mas enfim, foi um showzão.

                                                                         Buddy Guy

Essas atitudes já me fizeram ter a ousadia algumas vezes como guitarrista nas minhas bandas Tatubala e AC/DCover de também ir na galera. Quando fui numa loja de instrumento comprar cabo pra guitarra perguntei qual era o de maior comprimento, o balconista me apresentou um de sete metros, o qual uso até hoje.

                                                                        Angus Young

Isso na época foi inspirado na apresentação de Angus Young no video Let There Be Rock, num show em Paris em 1979. Ao ritmo de Rocker ver Angus ver nos braços da galera é de arrepiar! 

Angus no Brasil em 2009
Foto: Paulo Fernandes/A Costeleta
Mas cuidado eim amigos guitarristas! As vezes o cabo pode sair da guitarra e algumas mesas de bares podem ser frágeis! De resto o que vale é o rock rolar! 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Banana Descascada

Serenata de Amor, Batom, Crocante e Talento. Qual brasileiro quando criança nunca se deliciou com esses chocolates da Garoto?
Pega Pop refrescará o Carnaval  2013

Da inocência, prazer e diversão, nesta semana me deparo com uma propaganda no mínimo um pouco sensualizada. Um outdoor imenso anexado às costas das arquibancadas do Sambódromo do Rio de Janeiro com imagens de macacos chupando picolés em formato de banana com os dizeres: "Pega Pop - O novo picolé que descasca" e "Descasque, morda, aproveite!".  

Vamos supor que o novo picolé da Garoto venha ser um grande sucesso com vários foliões saboreando o mais novo produto da moda. Nisso tentem imaginar: Chega um gringo num local turístico do Brasil, durante um evento como o Carnaval Carioca, olha a publicidade e ao redor enxerga várias moreninhas adolescentes com os picolés de banana na boca. Qual a imagem ele terá disso tudo e levará para o resto do mundo?

"Morda, descasque e aproveite"
Fotos: Paulo Fernandes

Considerando apenas em termos de América do Sul, argentinos adoram esnobar brasileiros nos chamando de "macacos". Sem contar que vivemos numa época em que a bunda aqui no país muitas vezes vale mais que um cérebro.

Melona da Binggrae
Coincidência ou não, numa pequena sorveteria também do Rio, havia uma propaganda bem mais ética, inteligente e criativa. Numa proporção infinitamente menor, é claro. 

Um banner do picolé Melona da marca Binggrae tinha o dizer: "Sedução de Melão". Uma propaganda simples e atraente em que explora o valor da verdadeira riqueza que o Brasil tem, que é a própria natureza, com uma imagem de vários picolés saindo da fruta. Não precisou de nenhuma Mulher-Melancia ou Melão.

Não cheguei a provar nenhum dos dois e nem quero fazer propaganda de nenhuma marca picolé, mas o Brasil podia ser visto de uma maneira mais atraente com o que realmente tem de melhor. 


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Águas da Colina

Um assunto que vem dividindo opiniões entre os vascaínos atualmente é o da interdição e o da possível demolição do tradicional Parque Aquático de São Januário, construído em 1953. O local que serviu de sede  para a Copa do Mundo de Natação em 1998, está com um futuro incerto e deixou infinitas lembranças nos sócios e atletas nas demais décadas em que desfrutaram das piscinas do clube.


Ricardo Lisboa em dois momentos na Piscina do Vasco.
No início da década de 60 (Foto: Arquivo pessoal),
e no detalhe nos anos 2000. (Foto: Paulo Fernandes/A Costeleta)

Uma delas é Ricardo Rocha Lisboa, de 64 anos, que foi goleiro de Polo Aquático do Vasco na década de 60, (Water Polo na época) além de nadador da categoria master entre 2004 à 2006. "Fica a saudade, pois eu vi aquele parque funcionado à todo vapor. Eu quando garoto via equipes de Saltos Ornamentais, Natação, Aqualocos e Polo Aquático treinando. Eu vivi aquilo, era muito gostoso". Disse Ricardo relembrando seus tempos de atleta.

"No meu primeiro jogo, eu era o segundo goleiro, e o titular era o Carlinhos (Jacaré). Íamos jogar contra o Fluminense, que tinha uma forte equipe, às nove e meia da noite no inverno. Ressalto que naquela época não havia a facilidade de piscina aquecida. Nisso Jacaré forjou uma câimbra e acabei entrando e fechando o gol. Peguei praticamente tudo! A partir desse jogo eu ganhei a vaga e de titular. Mais tarde sagrei-me Campeão Brasileiro Juvenil pela Seleção Carioca".

Apesar das lembranças defendo as cores do Vasco, Ricardo se mostra frio quanto à uma possível transformação da piscina em estacionamento para o "projeto" da Arena de São Januário.

"Fiquei triste com as fotos do estado atual do Parque Aquático, mas pra mim é indiferente e tanto faz, pois não voltará a ser como era antes. Há uma filosofia na China em que diz pra não voltar ao lugar onde um dia viveu momentos felizes, pois corremos risco de nos decepcionarmos".

Indiferença se contradiz na saudade de Raïssa Lisboa, filha de Ricardo, a qual nadou no clube em meados da década passada. "Sou vascaína e queria muito voltar à nadar no meu clube de coração. Fiz muitos amigos lá. Pra mim, nas piscinas do Rio onde nadei, o Parque Aquático do Vasco era o melhor." Comentou Raïssa, de 19 anos, ex-atleta do Vasco-Sportech.

Raïssa sonha em voltar à nadar no Vasco
Foto: Arquivo Pessoal
Em tempos de Olimpíadas e Copa do Mundo chegando no Brasil, muitos se lamentam para uma possível demolição das piscinas de São Januário. Nisso, Ricardo Lisboa foi mais fundo no assunto, e ressaltou em que o esporte não tem mais o objetivo de antigamente. "Esses eventos de alto nível são hoje em dia negócios para muita gente, como a televisão, cervejarias, fabricantes de materiais esportivos entre outros. Em síntese, esporte já foi sinônimo de saúde. Hoje é sinônimo de negócio, além do que essas competições não trará nenhum benefício para a humanidade como um todo e sim, somente, enriquecer meia dúzia de Blaters da vida". Finalizou o senhor Lisboa.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Santa Maria do Leblon

A tragédia do último domingo em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que causou a morte de 231 jovens comoveu o Brasil inteiro e chamou atenção até da imprensa internacional. Com o resultado fatídico ficou-se um alerta para todas as boates e casas de espetáculos regularizarem suas medidas de seguranças e planos de prevenção contra incêndio.

Uma delas que não possui estrutura para tais casos de pane é o Teatro do Leblon no Rio de Janeiro. O espectador que for até lá desfrutar de uma boa peça tem de ir com muita precaução, e na mesma pode conferir que o local das Salas Fernanda Montenegro e Marília Pêra não possuem saídas de emergências. Há somente a saída comum.



Placas do Teatro do Leblon Foto: Paulo Fernandes/A Costeleta

Existem as placas com as setas descrevendo "Saída de Emergência". Você segue, segue, segue e no fim dá numa porta falsa, juntada à parede que não abre. Já foram feitas denúncias para a Prefeitura, Corpo de Bombeiros, Ministério Público e Ministério da Cultura, mas nada foi resolvido. Antes que aconteça uma nova tragédia, é preciso que se tome uma medida urgente de prevenção, que atualmente põe em risco, não só os atores e espectadores, como as lojas e o condomínio que agrupam em volta do teatro.


Falsa saída de emergência à direita
Foto: Paulo Fernandes/A Costeleta

                                           ANTES QUE SEJA TARDE!!!