terça-feira, 19 de julho de 2011

Heróis da Borracha


Propaganda do Governo Brasileiro
no período da II Guerra Mundial
Ao ler o livro O Brasil Na Mira de Hitler, do autor Roberto Sander, que enfoca sobre as 34 embarcações brasileiras torpedeadas por tropas nazistas, que causou a morte de 1.081 pessoas durante a II Guerra Mundial, me fez observar um detalhe citado numa única página. Um fato pouco discutido na história brasileira, que foi o dos Soldados da Borracha.

Os americanos na época faziam comércio da borracha com a Índia, mas como seus inimigos japoneses passaram a tomar conta do local, a alternativa foi buscar num dos acordos com o Brasil, que acabara de entrar no bloco dos aliados na guerra. Em troca o nosso país receberia investimentos para construção de uma companhia siderúrgica. 

A exportação da borracha teria que aumentar muito em curto prazo, pois o pau tava comendo na Europa e em suas redondezas. Precisava-se de matéria prima para o arsenal americano. Numa operação de emergência, o Governo Brasileiro recrutou cerca de 55 mil nordestinos, entre eles 30 mil cearenses. A propaganda prometia trabalho, vida boa, fortuna fácil e até prêmio para o seringueiro “campeão”.

Porém a carruagem virou abóbora só na ida para o norte do Brasil. A única coisa que receberam foi à passagem de ida para o Amazonas. 31 mil que se aventuraram morreram de fome, febre amarela, malária, endividados, abandono, escravidão e até por onças e flechas de índios. Só em 1945, a borracha dos aliados passou de 93.650 para 118.715 toneladas, mas somente seis mil conseguiram voltar pra casa ao longo do tempo.

Estes heróis do chamado Inferno Verde seguiram a vida reclamando da recompensa que nunca veio e da aposentadoria não reconhecida. São desconhecidos que querem a mesma pensão, (ou queriam) e seu mesmo valor no desfile de 7 de setembro assim como os soldados combatentes da FEB. 

Más condições oferecidas aos nordestinos na escravidão dos seringais da Amazônia 

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